Vaticano expulsou 400 religiosos em dois anos por acusações de abusos sexuais


Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, em dois anos, 400 religiosos foram expulsos por causa de abusos sexuais

A ONU cobrou atitudes mais enérgicas do Vaticano em relação aos casos. "A Santa Sé não estabeleceu nenhum mecanismo para investigar os acusados de realizar abusos sexuais, nem tampouco para processá-los", afirmou Sara Oviedo, membro do Comitê dos Direitos da Criança do órgão. "O exemplo que a Santa Sé precisa dar deve assentar um precedente. Tem de marcar um novo enfoque.”

Por outro lado, a Santa Sé negou que estivesse encobertando as acusações de abusos sexuais contra crianças e adolescentes. "Esta denúncia me parece um pouco privada de fundamento", declarou na quinta-feira Silvano Tomasi, chefe da delegação enviada às Nações Unidas. “O Vaticano delineou políticas e procedimentos para ajudar a eliminar tais abusos e colaborar com as autoridades locais para lutar contra este delito.”

Segundo ele, comprovados os casos de abusos de menores, as autoridades da Igreja punirão o crime, aplicando-se as leis do país onde ocorreu.

“Vergonha”

O papa Francisco afirmou, ainda na quinta-feira, que a Igreja Católica precisa assumir “sua vergonha”.

"Mas, nos envergonhamos? Tantos escândalos que eu não quero mencionar isoladamente, mas que todos sabemos quais. Escândalos, nos quais alguns tiveram que pagar caro (...) a vergonha da Igreja!", exclamou o pontifície argentino, durante a tradicional missa matutina realizada em sua residência. Para ele, os responsáveis "não tinham uma relação com Deus. Tinham uma posição na Igreja, uma posição de poder, e também de comodidade, mas não a palavra de Deus."

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