Cardoso Moreira foi a cidade que registrou maior horas sem energia em 2016 no norte Fluminense


O fornecimento de energia elétrica na região Norte Fluminense piorou nos últimos cinco anos. De acordo com o estudo “Retrato da Qualidade da Energia no Estado do Rio de Janeiro”, divulgado pelo Sistema Firjan, o tempo de interrupção do Norte do Estado do Rio passou de 25 horas, em 2011, para 28 horas em 2016, um aumento de 11,5%. Cardoso Moreira foi o município da região com mais horas sem energia, 40 horas.

Campos dos Goytacazes, o maior município da região, registrou 33 horas de interrupção. Macaé, um importante polo industrial da região, que concentra atividades do setor de petróleo, registrou 26 horas de interrupções em 2016, índice que gera prejuízos para a indústria local, em especial aquelas que utilizam mais equipamentos e maquinários tecnológicos.

O estudo, elaborado com base em indicadores da Aneel, aponta ainda que, em média, os consumidores do estado tiveram o fornecimento interrompido 13 vezes, um aumento de 11,1% em relação a 2011. Já no Norte Fluminense o número de interrupções teve uma pequena redução no período, passando de 13 para 12 vezes.

Quissamã foi o município que mais sofreu com a quantidade de quedas de energia: 15 vezes em 2016. Já São Fidélis apresentou menos interrupções de energia quando comparado aos demais municípios da região: nove vezes. “Um cenário assim afasta novos investidores e inibe qualquer iniciativa de expansão”, afirma o vice-presidente do Sistema Firjan, Carlos Mariani Bittencourt.

De acordo com a Firjan, o acesso à energia elétrica com qualidade, segurança e a preços baixos é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico e industrial. Para melhorar o serviço oferecido no estado, a Federação das Indústrias defende investimentos por parte das distribuidoras, além de uma modernização da regulação a partir de uma visão integrada de todo o setor.

Em nota, a concessionária Enel, responsável pelo fornecimento de energia elétrica na região, informou que investiu R$ 1,7 bilhão em 2015 e 2016 nos 66 municípios atendidos pela concessionária, principalmente na modernização da rede elétrica.

De acordo com a nota da empresa, os recursos já se refletem em melhorias significativas, como a redução expressiva de indicadores como a Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC), utilizado no estudo divulgado pela Firjan. Nos últimos 18 meses (entre dezembro de 2015 e junho deste ano), a empresa reduziu o DEC em aproximadamente 28%.

A Enel disse também que tem focado seus investimentos em inovações tecnológicas, como a instalação de equipamentos para operação remota, que permitem identificar à distância e minimizar possíveis falhas de fornecimento, agilizando o serviço e reduzindo a duração da interrupção de energia.
A companhia informou ainda que já instalou cerca de três mil equipamentos telecomandados entre o início de 2016 e o primeiro semestre deste ano, que já estão em operação nas cidades atendidas pela distribuidora. "A distribuidora também está substituindo cerca de 600 quilômetros de rede aérea por redes compactas, isoladas ou subterrâneas, mais resistentes a interferências externas, como queda de galhos, pipas e outros objetos estranhos à rede", finaliza a nota.
Fonte G1

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