Governo do Estado do Rio presta esclarecimentos em Santo Antônio de Pádua sobre a obra de Mitigação do Rio Pomba

Membros da sociedade civil organizada e entidades de Santo Antônio de Pádua, preocupados com o início das obras de mitigação do Rio Pomba, iniciaram um grande movimento em busca por respostas às reais intervenções que serão feitas na cidade.

A Apaca, Associação Paduana de Canoagem deu o pontapé inicial a este debate na Câmara de Vereadores, onde solicitava das autoridades do Governo do Estado maiores esclarecimentos sobre as obras. Depois da publicação de uma reportagem no jornal A Folha, um dos mais importantes e lidos no Noroeste Fluminense, onde entidades e cidadãos deixavam claro o descontentamento com a falta de informação.
A reportagem veiculada neste periódico alimentou, no coletivo das cidades, envolvidas no projeto, o descontentamento e, até mesmo uma recusa em que as obras fossem realizadas.
Para dirimir todas as dúvidas a respeito do tema, esteve em Santo Antônio de Pádua na última quinta-feira, dia 21 de agosto, o Subsecretário de Estado de Projetos e Intervenções Especiais da Secretaria de Meio Ambiente, Antônio da Hora. Ele se reuniu no gabinete do prefeito Josias Quintal de Oliveira com os vereadores Alexandre Brasil, Luis Carlos Tourinho. Estiveram presentes ainda: Renê Justen (Superintende do Inea na região do Baixo Paraíba).
Durante o encontro, o prefeito paduano deixou claro ao subsecretário o interesse e a importância da obra para o município, bem como, compartilhou as preocupações da comunidade ao mesmo.
Alexandre Brasil, vereador paduano, considera a obra de grande necessidade e importância, bem como defendeu que maiores esclarecimentos sobre o projeto sejam repassados a comunidade.
“Este é um projeto de grande envergadura. Sou grato ao Governo do Estado pela realização da obra em nossa cidade. Creio que se estabelecermos uma comunicação maior, levando em conta as reivindicações da comunidade, o projeto seguirá com maior tranqüilidade. Queremos sim a obra, e as devidas correções”, ressaltou o prefeito paduano Josias Quintal.
Após ouvir as autoridades paduanas, Antônio da Hora explicou que a intenção do Governo do Estado com a obra de mitigação é de salvar vidas, amenizar prejuízos e melhorar a qualidade de vida das cidades atingidas. Segundo ele haverá respeito às solicitações realizadas pelas autoridades de cada cidade abrangida, de modo que a obra possa ser executada sem temores.
Antônio da Hora ainda participou de uma sabatina na sede da Loja Maçônica Paduana, onde representantes de entidades e interessados puderam retirar dúvidas.
A obra não será paralisada, pelo contrário, inicia-se com força e em conformidade com as Prefeituras.
A postura do prefeito paduano foi elogiada. Ele realizou um discurso progressista e positivo. Josias Quintal também deixou claro que toda a execução da obra será realizada em conformidade com as demandas da sociedade paduana.
O que é importante saber sobre a obra de Mitigação do Rio Pomba e Muriaé:
O que é mitigação: Ato, desenvolvimento ou consequência de mitigar e/ou atenuar; aliviamento, diminuição do mal; alívio; consolação. l
As intervenções, que receberão investimentos de aproximadamente R$ 653 milhões, com recursos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, abrangem a construção de duas barragens e dois extravasores, além de obras de derrocamento (retirada de pedras) e de desassoreamento (retirada de areia, lama), drenagem e urbanização.
Serão construídas duas barragens para o controle de cheias e dois extravasores no Rio Muriaé, antes das cidades de Laje do Muriaé e de Itaperuna. Também serão executadas obras de derrocamento e desassoreamento, drenagem e urbanização ao longo do leito dos rios Muriaé e Pomba dentro dos limites urbanos.
As barragens e os extravasores têm por finalidade desviar, em momentos de fortes chuvas, as águas excedentes do Rio Muriaé – que corta as cidades de Laje do Muriaé, Italva, Cardoso Moreira e Itaperuna – para fora dos seus limites urbanos. As águas excedentes serão desviadas para um canal, retornando para o leito do rio em trecho após as cidades.
Explosões: sim, elas serão realizadas, mas nada que cause pânico, fogos, estrondos no perímetro urbano. Segundo Antônio da Hora será utilizado o plasma, introjetado dentro das rochas, de modo que haja um processo de expansão no interior da mesma, sem causar os efeitos conhecidos de uma explosão clássica. Peixes e flora não serão afetados, garantiu.
Realização: o projeto foi idealizado por uma empresa Portuguesa, especializada em águas, de renome internacional.
Intervenções: Todas as dúvidas, críticas e sugestões devem ser enviadas as Prefeituras. Elas terão a responsabilidade de intermediar demandas entre os interessados e a empresa realizadora.
Diques: O projeto prevê a construção de diques de barragens em grandes áreas do perímetro urbano. Esses diques terão a função de evitar estrambordo de água. Rede de esgoto e valões que deságuam nos rios seguirão paralelamente do lado externo do dique por canais cobertos, de modo que não se acumule resíduos e cheiro, explicou o subsecretário.
As cheias do rio Muriaé atingem as cidades de Laje do Muriaé, Italva, Cardoso Moreira e Itaperuna e as do rio Pomba a cidade de Santo Antônio de Pádua.
As chuvas de 2012 deixaram 19 mortos, mais de 12 mil desalojados e 3.340 desabrigados. Além do impacto social, as enchentes causam grandes prejuízos à economia da região. Segundo dados de pesquisa realizada pela Firjan, só em janeiro de 2012, as chuvas causaram um prejuízo de R$ 30 milhões às empresas que atuam na região. 
Ascom Câmara de Pádua
Sandro Olivier

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