A Portuguesa escolheu o advogado João Zanforlin para defendê-la na segunda-feira, no julgamento que pode decretar seu rebaixamento à Série B em 2014.
Zanforlin vai alegar que o clube não agiu de má fé ao escalar Héverton. E também que o meia não "é um Messi" ou seja, um jogador capaz de desequilibrar a partida, o que favoreceria a Portuguesa.
Zanforlin é o advogado que defende o Corinthians em casos no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Ele foi contatado pela Portuguesa quinta-feira e acertou sua participação no caso nesta sexta.
Segundo Orlando Carneiro de Barros, que será vice-presidente jurídico a partir de 2014, a condução da defesa da Portuguesa no caso será feita por Zanforlin e pelo presidente eleito, Ilídio Lico.
O argumento central do advogado deve ser a ausência de "dolo" na escalação de Héverton. Ou seja, dirá que a Portuguesa não colocou o atleta em campo pensando que pudesse obter algum tipo de vantagem técnica.
Se "fosse um Pelé", complementa o advogado, aí sim seria possível dizer que a Lusa escalou um jogador punido para obter vantagem.
Rubens Cavallari-22.maio.2013/Folhapress
O meia-atacante Héverton, no centro de treinamento da Portuguesa
Outro ponto a ser destacado será o período em que Héverton ficou em campo. Segundo o registro da partida feito pelo árbitro, o meia entrou aos 32 minutos do segundo tempo. O advogado deve apontar que o meia não interferiu no resultado da partida.
Ele entende ainda que não exista clareza na lei sobre o cumprimento da pena. Diz que não há certeza se a punição, aplicada numa sexta, como foi a de Héverton, precisa ser cumprida no fim de semana ou a partir de segunda, que é um dia útil.
Paulo Schmitt, procurador do STJD, no entanto, acredita que a Portuguesa "não tem escapatória" no caso. "Eles infringiram o regulamento e terão de arcar com isso", disse Schmitt na última quarta.
Na visão do procurador, o clube não poderia ter escalado Héverton contra o Grêmio.
Caso a decisão do STJD seja contrária à Portuguesa, o clube perderá quatro pontos no Brasileiro e será rebaixada. O Fluminense, então, seria salvo do descenso.
O processo, porém, tem brecha para recurso.
JUSTIÇA COMUM
Se perder em todas as instâncias, a Lusa cogita apelar à Justiça comum para reaver o direito de permanecer na primeira divisão. Alguns dirigentes do clube consideram essa saída.
Mas, de acordo com o vice jurídico Orlando Barros, a Lusa ainda não tem essa definição.
"Eu, pessoalmente, não acho que seja a melhor ideia. Só aventaria uma hipótese parecida caso houvesse uma sentença muito estranha."
Fonte Uol
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